O sujeito e o objeto

"Quando a lama virou pedra e o mandacaru secou" (Luiz Gonzaga)
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As informações sobre o semiárido estão dispersas e o objetivo desse blog é integrar sinergicamente o que estiver disponível sobre o tema.

domingo, 29 de julho de 2012

BNB e BNDES: parceria para o desenvolvimento

A Tarde – 24/07/12 Opinião pág. A3 Luciano Coutinho presidente do BNDES O Banco do Nordeste (BNB) foi criado há 60 anos por uma decisão do presidente Getúlio Vargas. Em uma iniciativa conjunta, embora em atos separados, foi criado também o BNDES. Ambos receberam a missão de promover o desenvolvimento, por meio de financiamento á indústria, comércio, serviços e infraestrutura. Tive a oportunidade de conviver com o doutor Rômulo Almeida, primeiro presidente do BNB. Ele me explicava as dificuldades iniciais de criar fontes estáveis para uma instituição bancária. Inicialmente, o funding do BNB era o Fundo das Secas, sujeito a limitações orçamentárias do governo federal. Com a criação do sistema de incentivos fiscais, o BNB passou a utilizar estes recursos durante os anos 70, até que a Constituição de 1988 estabeleceu o FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste) e adquiriu uma fonte estável. Hoje, os próprios recursos do FNE tronaram-se escassos, diante do ganho de escala do Banco do Nordeste. Voltando ao passado, lembro que o diagnóstico que precedeu a criação do BNB foi muito contundente e realista. O Nordeste concentrava 1/3 da população brasileira e 2/3 da pobreza no País. Isso originou uma reflexão sobre como superar o grande problema dos baixos indicadores sociais da região. Liderado por Celso Furtado, um grupo de trabalho elaborou uma série de diretrizes, que contemplavam investimentos em infraestrutura, educação, geração de bases industriais e de serviços para sustentar o desenvolvimento urbano e potencializar o setor agropecuário. Nos últimos 60 anos, a região passou por uma grande transformação. Num primeiro momento, houve impulso importante á industrialização por meio de políticas como a de incentivos fiscais da SUDENE, que permitiu o surgimento de pólos industriais nos setores de vestuário, têxtil e processamento de alimentos. No período recente, o Nordeste desenvolveu bases de indústrias capital-intensivas, de insumos importantes para a configuração de uma estrutura industrial de grande escala. O Pólo Petroquímico de Camaçari e os portos de Suape e Pecém, por exemplo, viabilizaram projetos de siderurgia, petroquímica, setor automotivo, indústria naval e off-shore. Esses investimentos representarão aumento da capacidade de gerar uma estrutura industrial muito mais diversificada. Há também grandes projetos em marcha, como a Transnordestina, que representará melhoria na composição logística, e a transposição de águas do São Francisco, permitindo a perenização de bacias hídricas no semiárido. Cito ainda avanços na construção civil e no sistema rodoviário e portuário, igualmente importantes para o Nordeste. O BNB foi mola propulsora fundamental em todas essas iniciativas. Além disso, cumpre papel exemplar na inclusão produtiva através do microcrédito, que o singulariza no Brasil como a instituição a operar microcrédito urbano e agricultura familiar. O BNB também tem papel importante na promoção da inovação, questão fundamental para o desenvolvimento na região de setores do futuro, intensivos em conhecimento. BNDES e BNB têm sido parceiros na transformação do Nordeste. Juntos, injetaram R$ 40 bilhões na economia nordestina em 2011. Temos porem, o desafio de fazer com que o crescimento regional permaneça acima dos índices nacionais, colaborando com a construção de um Brasil menos desigual e com a possibilidade de melhoria da qualidade de vida de todos os brasileiros. voltar

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